1 de novembro de 2012

Interpretação?

Tencionava embarcar contigo naquele avião. Abarcar o infinito, ao teu lado, e procurar a conquista do mais desejado. O que será, neste momento, o mais desejado? Tocar nos teus lábios, percorrer a tua alma ao mais pequeno pormenor, permanecer em ti até ao fim do dia, ver o pôr-do-sol entrelaçada nos teus braços, apenas estar junto a ti.
Partiste e nem uma lembrança deixaste ficar. Fiquei cá, só... Sem ti, sem nós, sem nada... Apenas eu!
Olhava à minha volta e tentava perceber o porquê de aqui continuar se já não estavas presente no meu mundo, queria-te a ti e só a ti, a mais ninguém... A mais nada. Continuo sem entender o que me prende a este mundo... Se, tudo aquilo que eu quero/preciso, não está aqui, comigo.

Onde ando eu?

O pensamento já vai longe. Caminho sozinha, a pé... Mas, como aqui cheguei? Nem bilhete comprei! Tenho de esperar na fila? Tenho de perguntar a alguém o que fazer, preciso de ajuda... Esta realidade é uma novidade. Sai da fila, precisava de ir à casa de banho. Papel, onde há papel? Soltei mais um espirro. A doença apoderou-se agora do meu corpo. Este mundo é doente e eu já estou igual, ou pior.
Aquilo que sinto é menor que o meu pensamento? Não sei, talvez. Quem sabe?
- Eu, eu... Eu sei! - ouvia-se uma voz ténue, no meio da multidão.
- Tu? Mas quem és tu? - perguntei, com um sorriso.
- Eu sou aquilo que te faz acreditar e lutar pelos teus sonhos, sou a tua força interior, a tua vontade de...
Sim, a minha cabeça estava feita em água, como se nela habitasse uma enorme família, uma multidão de crenças, sentimentos, desejos, sentidos, emoções, TUDO!
Massa cinzenta, oh massa cinzenta... Porque és tu tão complexa? Simplifica as tuas ideias e abrange novos horizontes... Não era má ideia!
Bom? Bom era viajar, ser uma viajante de pensamentos. Chega de ser turista da realidade!

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