19 de novembro de 2012

União

A escassez de um sorriso fez com que se fundisse uma enorme onda de satisfação sempre que os olhares se cruzavam. A maneira como aqueles olhos brilhavam assemelhava-se ao brilho do sol no mar, quando sereno e sem revolta. Quando as ondas batem nas rochas forma-se uma espécie de espuma branca que, mais uma vez, remete para a intensidade daquela troca de olhares. Raramente isto seria comparado mas, era quase como se levassem os olhos a leilão e trocassem! Como se fosse possível penetrar no olhar de uma pessoa e nunca mais de lá sair. De olhar fixo, de mãos dadas, de lábios cruzados e de cheiros fundidos, duas almas tornaram-se numa só, uniram-se. Como se fossem dois corpos cremados, unidos na mesma vasilha de cinza.


Uma voz soou, por entre um ouvido. As lágrimas escorriam face abaixo. Sim, já sentia saudades daqueles que é o meu mundo, daquela que é a minha realidade. Alcançaria o infinito se tudo o que me faz bem me acompanhasse nas minhas aventuras e escolhas. Tenho pena que de um sorriso conquistado e de um olhar gratificante não sobrasse nada, mesmo nada! Nem um esboço...

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