29 de novembro de 2012

resto, soma ou subtração?


De onde apareceste?



Daria um segundo do meu tempo para receber um carinho da tua atenção.
Só queria rever a tua face, continuar os rabiscos de ti que formei na minha imaginação.
Não me possibilitas uma carícia, mas soltas-me um abraço. Prendes-me no teu sorriso, fixando o teu olhar. Que encanto.


27 de novembro de 2012

imitação rasca de mim



Quem disse que eu tinha de usar maquilhagem?
Quem disse que eu tinha de usar saltos altos?

Quem disse que eu tinha de vestir saias?

Quem disse que eu tinha de satisfazer?



Tenho pena de quem se considera alguém só aos olhos dos outros, de quem não se reconhece ao natural. Levantam-se e, antes de saírem de casa, uma das coisas mais importantes é a maquilhagem. Para quê? Então, diz-me lá com sinceridade... De que serve a maquilhagem se tu mesma não te sentes confortável como és? A maquilhagem não muda a realidade, apenas altera o teu físico. De que te serve mudar o físico se a tua personalidade continua rasca? E que tal começares por mudar as tuas atitudes? Bem mais trabalhoso, não é? Para começar, quem és tu? Ah, não sabes? Valoriza mais os teus atos, a opinião dos outros só te ajudará a progredir enquanto pessoa a partir do momento que te encontrares.






Fico melhor de maquilhagem?
Preferes ver-me de lentes de contacto?

Gostas muito do brilho natural dos meus olhos?


Agradeço, a sério que sim. Mas, não há nada melhor do que sentir-me bem comigo mesma.

19 de novembro de 2012

União

A escassez de um sorriso fez com que se fundisse uma enorme onda de satisfação sempre que os olhares se cruzavam. A maneira como aqueles olhos brilhavam assemelhava-se ao brilho do sol no mar, quando sereno e sem revolta. Quando as ondas batem nas rochas forma-se uma espécie de espuma branca que, mais uma vez, remete para a intensidade daquela troca de olhares. Raramente isto seria comparado mas, era quase como se levassem os olhos a leilão e trocassem! Como se fosse possível penetrar no olhar de uma pessoa e nunca mais de lá sair. De olhar fixo, de mãos dadas, de lábios cruzados e de cheiros fundidos, duas almas tornaram-se numa só, uniram-se. Como se fossem dois corpos cremados, unidos na mesma vasilha de cinza.


Uma voz soou, por entre um ouvido. As lágrimas escorriam face abaixo. Sim, já sentia saudades daqueles que é o meu mundo, daquela que é a minha realidade. Alcançaria o infinito se tudo o que me faz bem me acompanhasse nas minhas aventuras e escolhas. Tenho pena que de um sorriso conquistado e de um olhar gratificante não sobrasse nada, mesmo nada! Nem um esboço...

2 de novembro de 2012

Conquista

A doença da sociedade que me rodeia, as ondas de mau ambiente transformaram-me num enfermo... Não me consigo mexer! Dou por mim presa numa cama do Hospital. Como? É tudo tão inexplicável. De repente, acordo. Estava na sala, deitada no sofá... Computador no colo e telemóvel ao lado. Interessante. Tudo, de um momento para o outro, voltou àquilo a que chamamos de realidade.
Tirem-me daqui, pode ser? Ausentei-me...
Já no meio da rua uma senhora de idade perguntava-me se eu estava bem.. Sem perceber, dizia sempre que sim. Afinal, não! Tinha uma enorme mancha de sangue no braço. Como me cortei? A fazer o almoço, de certeza! As batatas estão a fritar, o arroz já está cozido.. Ah, já só faltam os bifes! Vamos, vamos... Toca a cozinhar!


Navego por milhares de sentimentos, sozinha no barco da emoção. Perdi-me no teu olhar para me encontrar no teu sorriso. A cada pormenor, a cada passo que avanço no meu caminhar, dou por mim a admirar a tua feição. Cada ruga, cada cabelo não enquadrado no linear dos outros, cada jeito/gesto teu... Que características eu gostaria de alcançar.


1 de novembro de 2012

Interpretação?

Tencionava embarcar contigo naquele avião. Abarcar o infinito, ao teu lado, e procurar a conquista do mais desejado. O que será, neste momento, o mais desejado? Tocar nos teus lábios, percorrer a tua alma ao mais pequeno pormenor, permanecer em ti até ao fim do dia, ver o pôr-do-sol entrelaçada nos teus braços, apenas estar junto a ti.
Partiste e nem uma lembrança deixaste ficar. Fiquei cá, só... Sem ti, sem nós, sem nada... Apenas eu!
Olhava à minha volta e tentava perceber o porquê de aqui continuar se já não estavas presente no meu mundo, queria-te a ti e só a ti, a mais ninguém... A mais nada. Continuo sem entender o que me prende a este mundo... Se, tudo aquilo que eu quero/preciso, não está aqui, comigo.

Onde ando eu?

O pensamento já vai longe. Caminho sozinha, a pé... Mas, como aqui cheguei? Nem bilhete comprei! Tenho de esperar na fila? Tenho de perguntar a alguém o que fazer, preciso de ajuda... Esta realidade é uma novidade. Sai da fila, precisava de ir à casa de banho. Papel, onde há papel? Soltei mais um espirro. A doença apoderou-se agora do meu corpo. Este mundo é doente e eu já estou igual, ou pior.
Aquilo que sinto é menor que o meu pensamento? Não sei, talvez. Quem sabe?
- Eu, eu... Eu sei! - ouvia-se uma voz ténue, no meio da multidão.
- Tu? Mas quem és tu? - perguntei, com um sorriso.
- Eu sou aquilo que te faz acreditar e lutar pelos teus sonhos, sou a tua força interior, a tua vontade de...
Sim, a minha cabeça estava feita em água, como se nela habitasse uma enorme família, uma multidão de crenças, sentimentos, desejos, sentidos, emoções, TUDO!
Massa cinzenta, oh massa cinzenta... Porque és tu tão complexa? Simplifica as tuas ideias e abrange novos horizontes... Não era má ideia!
Bom? Bom era viajar, ser uma viajante de pensamentos. Chega de ser turista da realidade!