10 de novembro de 2011

É necessário?

Tudo começa sempre com

um simples sorriso;
uma troca de olhares;
umas palavras soletradas suavemente;
um jeito jamais inexplicável.


Dia 21 de Agosto de 2011, tu disseste-me uma frase que, desde aí, me deixou a pensar: «Só me importo com aquilo que não tenho», realmente isso é verdade! Só depois de perdermos aquilo que é nosso é que lhe damos o devido valor. Sinceramente, não percebi o que quiseste dizer, quando afirmas-te isso. O que eu percebi daquele momento foi como uma luz ao fundo do túnel, como se algum dia pudesse envolver-me nos teus braços, deitar-me ao teu lado e adormecer, envolvida em ti, e só acordar na manhã seguinte… mas isso são meros pensamentos bárbaros que me invadem a consciência quando tento pensar em factos reais e não em factos fictícios. Jamais esquecerei as palavras que me narras sempre que nos cruzamos, quer seja na habitual esplanada do café, quer seja noutro sítio qualquer; esquecer isso seria crime.
Uns tempos depois, dia 11 de Setembro de 2011, voltámos a dialogar durante vários minutos e decidis-te, novamente, pronunciar mais uma das tuas citações: «Gostar não chega!». Sou, de certa forma, obrigada a concordar contigo; deveras, gostar não chega, ainda para mais quando aquilo do que gostamos está distante. Se afirmasse gostar de ti, estaria a cometer um erro, a mentir; isso é uma enorme falácia. Desejar-te? Isso sim, e muito, o que é grave. Pedir-te que me desejes o quanto eu te desejo a ti? Mais grave ainda. Sinto-me saciada por perceber o quão errada esta situação seria se chegasse, algum dia, a acontecer.
A minha falta de maturidade conjuga-se na perfeição com o teu ar irónico, mesmo na perfeição. Por suposto, seria impossível haver uma ligação entre pessoas tão distantes como nós, mas, de facto, essa ligação existe! Por mais insignificante que seja, ela permanece aqui, onde sempre esteve. Um Verão que não deveria ter existido, de todo; a existência dele provocou um nascimento prematuro de uma ligação. Esquecer a tua dicção, o teu doce conversar e a tua capacidade para brilhar? Não, não me sinto capaz de o fazer; se o fizesse, sentir-me-ia culpada pela nossa junção não ter resultado em nada, nem mesmo num olhar.
Quando te aproximas de mim, com esse olhar fascinante, sinto uma enorme onda de prazer, como se completasses o meu ser de forma exacta. Nessa mística onda de prazer imagino como seria se te tocasse, se me aproximasse de ti, do mesmo jeito que tu te aproximas de mim. Mas, sem hesitar, desmonto o meu pensamento longínquo e limito-me à realidade; realidade dolorosa, mas real.

2 comentários:

  1. Obrigada :)
    também gosto do teu trabalho. Já te sigo!

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  2. wawww... >‿< ♥ o texto está mais que perfeiito...
    não desistas, arrisca, porque arriscar é viver, e um não hoje, puderá ser um siim amanhã ... : )
    de certa forma este texto também dá para mim, por isso sei bem do que falas...

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