30 de março de 2011

«Vejo-te, sempre que fecho os olhos»

- Eu vi-te, há poucas horas!
- Viste-me? Onde?! Eu não te vi…
- Passeavas, lentamente, naquele prado verde…
- No prado verde?
- Sim; naquele prado onde nós encontrávamos todos os dias…
- Ah sim, já me lembro.
- Como o tempo passa…
- É verdade! Mas, nunca mais fui a tal prado, desde que…
- Sim, podes dizer! Desde que eu me declarei a ti, desde que eu te disse tudo o que queria, tudo o que precisavas ouvir… tudo o que tinha de ser dito…
- Se eu não fui lá, como me viste?
- É simples: nas minhas memórias, em recordações que para sempre ficarão guardadas no coração.
- Desculpa! Nunca te quis magoar, meu anjo; NUNCA!
- Não uses vocábulos tão fortes; não uses palavras demasiado comprometedoras, palavras que não nos levam a lado nenhum!
- Juro-te! Nunca foi intenção minha que na lama ficasses, sempre te desejei tudo do melhor!
- Talvez… não o suficiente, mas eu percebo.
- Percebes?
- Percebo que és feliz na minha ausência; sim, eu percebo!
- Não, tu não percebes! Eu amo-te, minha boneca. Amo-te como sempre sonhei amar alguém! Eras tu (e somente TU!) quem aparecia todas as noites no meu pensamento; a todas as horas do meu dia, pensava: “como pude ser tão estúpido?!”, ao ponto de te voltar as costas, naquela tarde de Primavera! Tarde essa em que a erva cheirava a fresca e as flores brotavam, lentamente, as suas preciosas e mágicas pétalas. Sim, eu amo-te!
- Se me amas porque é que não me fazes feliz? Porque é que não me abraças, calorosamente?
- Vontade não me falta, minha jóia; vontade não me falta.
- Então vem, caminha agora, na minha direcção!
- Já há muito que caminho, já há muito que te procuro…
- Se é a mim que queres chegar, é a mim que vais chegar.


1 comentário: