23 de abril de 2011

O que eu imaginei...

Lá estavas tu, como sempre, sentado naquele resto de muro branco. A tarde estava calma; tu trazias o habitual capuz axadrezado; o cigarette na tua mão direita era certo, como o nascer do sol.
Passava por ti, cabisbaixa, envergonhada. Antes que eu entrasse por completo naquela porta estragada, voltei atrás e aproximei-me de ti:
Eu - Tens cigarros?
Tu – Sim, tenho.
Eu – Dás-me um?
Tu – Queres mesmo um cigarro?
Duas falas trocadas e eu já sentia a minha face a ficar rosada…
Eu – Não…
Tu – Então? Porque me pedes algo que não queres?
Eu – Para meter conversa contigo… Pelos vistos resultou!
Da minha boca soltou-se uma espécie de sorriso.
Tu - Ah, pois.
Eu - Só te queria conhecer, estar perto de ti… algum mal?
Tu – Não, não há mal nenhum. Muito pelo contrário!
Eu – Como assim?! O que queres dizer com isso?
Entretanto, elevas o teu cigarette, novamente, à boca e dás uma passa.
Tu – Quero dizer que já esperava há muito que viesses falar comigo.
Eu – Esperavas?
Tu – Sim, claro que sim!
Eu - Então… desculpa não ter vindo mais cedo… mas, já sabes como é: vergonha e tal!
Tu – Vergonha? Porquê?!
Eu – Porque sim…
Tu – Oh Jessica, por favor! Não há motivo nenhum para isso.
Eu – Agora já sei, haha.

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