15 de junho de 2011

Para ti, José André.

Data: Prainha de Cima, 10 de Junho de 2011.
Querido José:
Onde quer que estejas espero, muito sinceramente, que estejas bem, feliz! Podem criticar-me ou dizer-me que não devia pensar desta maneira: tu partis-te, mas partis-te feliz; feliz porque estavas a fazer aquilo de que mais gostavas, estavas a andar de mota! Não, não foi uma morte fácil de aceitar (se bem que ainda não a diluí, em mim, muito bem) mas, a vida continua e tu eras daquele tipo de pessoa que não podia ver ninguém em baixo; para ti, a tristeza não existia, não eras capaz de aceitar que um amigo teu estivesse infeliz, caso isso acontecesse arranjavas maneira de o alegrar, e rápido!
Tu, José André, possuías uma capacidade, que muita pouca boa gente é capaz de possuir, de tornar cómico um filme de terror; que quero eu dizer com isto? Bem, quero dizer que, independentemente do cenário, onde tu vivias, o final da história tinha de ser, SEMPRE, para rir. Podias, muitas vezes, estar descontente, com o rumo que a tua vida levava mas não transmitias as tuas más energias aos outros… muito pelo contrário! Transmitias-lhes sim uma grande onde de positivismo, como se a vida fosse um mar de rosas! Como tu bem sabias, não éramos os melhores amigos mas, com aquilo que eu conhecia de ti, consegui encarar a vida de outra forma; consegui perceber que a vida são dois dias e que se tiver alguma coisa para fazer devo fazê-la hoje e não deixá-la para outro dia, pois não sei o que posso esperar ao abrir os olhos no dia seguinte, se os chegar a abrir. Podes não acreditar mas, é verdade: jamais irei encontrar um amigo como tu!



Antes de terminar, gostava de realçar o seguinte: para o teu funeral, os motards deviam ter participado com as motas, isso sim teria sido uma grande homenagem à tua pessoa. Ah, quando vínhamos no teu funeral rumo à Paróquia da Prainha, gostei de ver aquela grande mota preta passar; assim que a vi lembrei-me logo de ti, como se fosses tu a conduzi-la.
Já me alonguei, o que não era minha intenção. Daqui a uns tempos volto a escrever-te, até lá: Beijinhos, Jessica.

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