15 de junho de 2010

68.AD.52


“Conheci-te” em casa da minha avó. Achei estranho a tua presença lá e fiquei feita parva a olhar para ti, porque não te conheci-a, eras tão elegante e eu nunca te tinha visto antes. Nem parecias real, se queres que te diga.
Visto que estavas ao pé da minha avó, aproximei-me de ti, pois tinha de ir falar com ela.
Foi então que o tempo parou, sorriste-me e eu senti-me tão leve como uma pena, como se me tivesses levado até às nuvens.
«Boa Noite, tudo bem?»
Perguntaste-me tu, nem queria acreditar que estavas a falar comigo, era impossível de acreditar.
Respondi-te que sim, e foi ai que me cumprimentaste. Aí sim, aí eu já não estava ali, estava bem longe dali, a sonhar. Aquele momento passou tão rápido que nem dei conta que te estavas a afastar de mim, cada vez mais e mais. Depois do jantar e da tua ausência, julguei que nunca mais te iria ver, que nunca mais iria poder sentir a tua essência, julguei que o meu sonho tinha acabado. Mas, estava enganada, para grande felicidade minha.
Desde esse dia que uma enorme vontade de falar contigo, de te pedir o número (ou alguma maneira de te contactar), me invade a alma. Nunca mais me esqueci da tua feição, apesar de, naquele dia, em casa da minha avó, a noite ter sido bem negra e intensa, era como se a noite adivinhasse que iria desejar-te, e era necessário haver clima.
Quando te reencontrei, fiquei felicíssima e não queria acreditar que eras mesmo tu, não conseguia acreditar que estavas mesmo ali, outra vez, ao meu lado. Agora, vejo-te várias vezes por semana, e isso é excelente. Quando nos cruzamos, nunca és capaz de falar, nunca dizes nada… limitas-te, apenas, a esboçar o teu maravilhoso sorriso e a encantar-me com o teu olhar.
Serás, algum dia, capaz de me dizer um OLÁ? Sinceramente, não me parece que sejas capaz de o fazer. Mas, se algum dia o fizeres, serei a pessoa mais concretizada à face da terra, e porquê? Porque gosto de ti? Não, não é isso. Porque despertas a minha atenção? Sim, pode ser… Mas ainda não é isso. Então? Não tens mais nenhuma questão?! Queres saber porquê? Porque a tua beleza é a minha inspiração de vida, como se eu dependesse de ti para sobreviver, como se estivéssemos interligados, desde sempre. Podes até achar que sou uma obcecada qualquer, ou até mesmo uma tarada. Pois bem, estás bem enganado. Só quero conviver contigo, quero que me expliques como pode coexistir tanta beleza e naturalidade ao mesmo tempo, numa só pessoa. Explicas?!

Sem comentários:

Enviar um comentário